Maiores bancos privados fecham 2020 com crédito em alta


Os maiores bancos privados do Brasil fecharam 2020, ano marcado pela pandemia do novo coronavírus, com crescimento na carteira de crédito no quatro trimestre e lucro menor que em 2019.

Itaú, Santander e Bradesco, juntos, lucraram R$ 52,15 bilhões no ano passado. No entanto, o lucro foi 21,4% menor em comparação ao obtido em 2019, quando os três bancos tiveram ganho somado de R$ 63,36 bilhões

No Itaú, a carteira de crédito total alcançou R$ 869,5 bilhões ao fim de dezembro. O banco conseguiu alta de 7,1% no lucro do quarto trimestre, recuperação atribuída à retomada dos negócios e a linhas como crédito consignado, crédito imobiliário, financiamento de veículos, e cartão de crédito, além de receitas com serviços. O lucro do ano foi de R$ 18,9 bilhões e o banco espera crescimento do crédito total no Brasil em torno de 8,5% a 12,5% neste ano.

Já o Bradesco somou R$ 686,96 bilhões na carteira de crédito no fechamento do ano, com um lucro de R$ 19,4 bilhões. A instituição espera por um crescimento em torno de 9% e 13% nos empréstimos em 2021.

O espanhol Santander teve alta nos empréstimos de 18,5% e lucro de R$ 13,8 bilhões, com saldo na carteira de crédito de R$ 512,485 bilhões no fechamento do ano. O Santander ainda teve crescimento de 6,9% nas receitas com tarifas.

Mais provisões para enfrentar inadimplência 

Contudo, o medo das instituições é a inadimplência. No caso do Santander, o nível de atrasos entre 15 e 90 dias se manteve estável em 2,1% da carteira. O Itaú conseguiu manter a inadimplência no quarto trimestre em 2,3% e espera por aumento desse índice somente no primeiro trimestre de 2022.

Apesar da inadimplência controlada, os bancos gastaram com provisões para devedores duvidosos. As três instituições privadas provisionaram R$ 78 bilhões, número 44% maior se comparado a 2019, o que acabou influenciando na queda dos lucros.

Corte de gastos

Para manter lucros, o Bradesco realizou cortes nos custos operacionais de 5,3% em 2020. A instituição enxugou o quadro de funcionários e fechou 1.083 agências. A expectativa para 2021 é que a medida não seja adotada novamente, mas caso necessário, entre 100 e 150 unidades poderão ser fechadas.

Para o presidente do Bradesco, Octavio de Lazari Junior, o resultado de 2020 foi melhor do que imaginado depois do começo da pandemia. “2020 foi um ano de muito aprendizado, de lições que mudaram a forma de fazer negócio. O home office veio para ficar, a digitalização de nossas operações se aprofundou e os hábitos dos clientes mudaram”, pontua.

Lazari acredita em uma consolidação das condições econômicas para 2021. “Esperamos que os novos estímulos fiscais sejam menores, evitando maior deterioração das contas públicas e dos preços de ativos.”

Cobrança de tarifas

Os três bancos, mesmo com lançamento da ferramenta Pix, que permite a realização de transações instantâneas e gratuitas, obtiveram aumento nas receitas com prestação de serviços nos últimos três meses de 2020.

No Bradesco, a receita com prestação de serviços aumentou 7,3% no último trimestre, para R$ 8,7 bilhões. O Santander teve aumento de 6,9% no período; e o Itaú conseguiu crescimento de 1,4%, para R$ 11,2 bilhões.

Para os bancos, a retomada da economia será de acordo com o ritmo de vacinação da Covid-19 no Brasil. Eles também esperam que a renovação da presidência da Câmara e do Senado traga o sucesso das reformas, como a reforma tributária.

pesar do crescimento nas receitas com prestação de serviços, os três bancos tiveram queda nos lucros totais em 2020, se comparados com 2019. No Bradesco, a redução foi de 24,8%. O Santander Brasil encerrou 2020 com recuo de 4,8% no lucro total.

O Itaú também sofreu com queda de 28,9% no lucro, com resultado líquido de R$ 18,9 bilhões. A instituição vê 2021 como um ano desafiador e ressalta que a principal tarefa é o processo de digitalização para aumentar a eficiência do banco.

*Estagiário sob supervisão de Odail Figueiredo

Fonte: Jornal Correio Braziliense


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